Canção de liberdade
A canção “Grândola, Vila Morena” foi composta e cantada pelo cantor português Zeca Afonso (José Manuel Afonso dos Santos).
A canção “Grândola, Vila Morena” foi composta e cantada pelo cantor português Zeca Afonso (José Manuel Afonso dos Santos).
Foto tomada de la revista No carmo. Cedida por José Luis González. |
Fonte consultada: Daniela Pereira.
A canção foi inspirada na fraternidade entre o povo de Grândola, uma vila no Alentejo, e por vários acontecimentos locais ou próximos, como por exemplo uma revolta de agricultores encabeçada por Catarina Eufémia, uma ceifeira morta a tiro pelas forças do regime em 1959.
Por outro lado, outro acontecimento que influenciou bastante a música “Grândola, Vila Morena”, foi o momento em que Zeca Afonso atuou na Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense, em Maio de 1964, para uma audiência maioritariamente de pobres trabalhadores da indústria corticeira, amadores de música, ceifeiras, alguns clandestinos ligados ao Partido Comunista, sendo por isso considerada por alguns como uma dedicatória a essa coletividade.
Revista No carmo, año 1999. Cedida por José Luis González. |
Mais tarde, a canção foi escolhida pelo Movimento das Forças Armadas (MFA) para ser a segunda senha de sinalização da Revolução dos Cravos, uma revolução pacifica mas decisiva que ditou o fim de uma ditadura que reprimiu Portugal por mais de 30 anos e marcou o inicio da democracia em Portugal.
À meia noite e vinte minutos do dia 25, a canção foi transmitida pelo programa Limite através do Rádio Clube Português (Renascença), deu-se inicio à revolução e “Grandôla, Vila Morena” transformou-se para sempre num marco histórico de liberdade e dessa revolução.
Fonte consultada: José Manuel dos Santos Pinho
Pese embora a letra desta canção esteja conotada com determinadas vertentes ou tendências politicas, não deixa de constituir um marco histórico na vida politica, social e sociológica de Portugal.
Revista No carmo. |
Foi e ainda perdura na actualidade como um “hino” ao protesto, á inconformidade das pessoas que se julgam injustiçadas e que são atingidas pelos actuais cenários macro-económicos. Encerra por si só um vocabulário e um sentimento entendido por todos de fácil tradução e interpretação aceite de alguma forma por todas as vertentes da sociedade portuguesa, isto porque não revela sentimentos de agressividade ou mesmo de provocação. É um património histórico que perdurará ao longo das próximas gerações.
Revista No carmo |
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